sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Deságue

A maior parte da minha vida eu vivi em Porto Velho, antes de me mudar para Manaus em 2014, passando a pertencer à capital portovelhense apenas de semestre em semestre, período oportunizado pelas férias acadêmicas. Porto Velho é meu berço, lugar onde cresci e finquei minhas raízes, a isso se deve o entusiasmo a cada véspera em retornar para meu reduto. 

Dessa vez, em agosto de 2018, o ânimo em voltar pra minha cidade teve uns agravantes: as apresentações de Recolon, após alguns ensaios abertos em Manaus. O trabalho é fruto de Porto Velho, da observação e afetações da cidade e de distritos arredores afetados pelos impactos das instalações das Usinas.

É um benfazejo muito grande poder levar questões políticas locais, que são vetadas pela mídia nacional, a outras localidades. Assim foi em Manaus, com os ensaios abertos em Julho, e assim foi em Florianópolis, com as duas apresentações no Centro de Artes da UDESC. É quase unanimidade por parte do público não saber das instalações das usinas hidrelétricas no Rio Madeira, bem como de seus reais impactos. Momento de desaguar a pesquisa em novos alcances geográficos.


Em debate na capital catarinense pude ser agraciado com algumas falas, entre elas a de que houve ainda uma identificação com a temática oriunda de uma circunstância observada em Porto Velho e arredores. Acontece que, em menor escala, há um impacto ambiental sofrido por Florianópolis em decorrência construções impiedosas do ramo imobiliário. Tais construtoras desrespeitam a presença de manguezais e de pescadores que deles necessitam para extrair sua subsistência. A exemplo foi falado, repelidamente, da intenção em construir um hotel na Ponta do Coral, patrimônio histórico da cidade, essa tem  sido uma luta vigente dos florianopolitanos contra a emancipação de construções conflituosas com o meio ambiente.

Apesar da aproximação entre as temáticas, em Porto Velho pude contar com uma fruição mais dinâmica com um público ciente da temática e de suas problemáticas para a cidade, podendo dispensar na fala a contextualização do tema. Amigos, vizinhos, conhecidos e desconhecidos, artistas e não artistas, e moradores de comunidades devastadas se mostraram devotos ao debate e engajados por mudanças. Toda reverberação que vise frear expansão das usinas em seis turbinas deve ser ecoada. 


Testemunhei o senso de coletivo gerido pelo grup'O Imaginário, que gentilmente cedeu o espaço cultural Tapiri para a apresentação do dia 14. Fico imensamente grato pelo multirão de limpeza, arrumação, ajustes técnicos e toda disponibilidade em prol da apresentação. Chicão Santos, Bruno Selleri, Edmar Leite, Amanara Brandão e Flávia Diniz foram generosos artistas que se prontificaram na manutenção e na técnica do espaço, oportunizando a apresentação do dia 14/08. 


Agradecimento igual ao setor da Cultura do SESC Esplanada, que com a equipe de cenotécnicos comandada por Ozias Cardoso, e aos agentes de limpeza prestaram toda a atenção necessária para a realização das duas apresentações.

Agradeço também a minha amiga de longa data Êrica Blanc que vêm assessorando o projeto desde o início do ano, em Porto Velho. E aos integrantes do Agenda Porto Velho: Eliane Viana, Luísa Costa e Leonardo Valério que competiram com a assessoria e imagem do projeto na cidade de Porto Velho.

Agradeço também ao Centro de Artes da UDESC pela cessão de pautas para as apresentações do solo. Agradeço também ao técnico de luz Ivo Godois, a iluminadora Scarlet e a fotógrafa Dayane Ros.

Sobretudo agradeço a Elisa Schmidt, Gilca Lobo, Tainá Lima, Daniel Braz, Hamyle Nobre, César Nogueira e Diego Bauer por toda generosidade e engajamento que vêm alimentando Recolon.













12/08/2016, Teatro Um do SESC Esplanada
Fotos de Julianne Costa













12/08/2016, Teatro Um do SESC Esplanada
Fotos de Leonardo Valério










13/08/2016, Teatro Um do SESC Esplanada
Fotos de Leonardo Valério








14/08/2016, Tapiri - O Imaginário
Fotos de Leonardo Valério





























19/08/2016, Espaço 2 - CEART - Centro de Artes da UDESC
Fotos de Dayane Ros


Este projeto foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014.


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Agenda Recolon

Essa semana inicia a temporada de apresentações do solo Recolon. Acompanhe!

Porto Velho
12 e 13 de agosto, às 20h, no Teatro Um do SESC Esplanada.
14 de agosto, às 18h, no Tapiri - O Imaginário.


Florianópolis
18 e 19 de agosto, às 20h, no CEART - Centro de Artes da UDESC.

Manaus
10, 11, 17, 18, 24 e 25 de setembro, às 20h, no Espaço Artrupe.


Acesso gratuito!


Este projeto foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014.